Tratamento de Artérias Carótidas

A aterosclerose é uma doença sistêmica com fisiopatologia e acometimento similar em todos os leitos vasculares, porém nas artérias carótidas as lesões são em 90% dos casos localizadas na origem das artérias carótidas internas. Como na doença coronariana, a ruptura da placa aterosclerótica com um elevado número de células inflamatórias é observada comumente nos pacientes portadores de acidente vascular encefálico ou ataque isquêmico transitório. O desenvolvimento de ataque isquêmico transitório é considerado como um sinal de alerta para o desenvolvimento de um acidente vascular encefálico. Um em cada nove pacientes com ataque isquêmico transitório desenvolve acidente vascular encefálico em até 90 dias após o evento inicial.

A obstrução das carótidas é uma das principais causas de acidente vascular cerebral isquêmico e o tratamento endovascular de estenose de carótida é um procedimento minimamente invasivo para desobstrução das carótidas. É realizado o tratamento de uma carótida em cada internação (normalmente a carótida mais obstruída primeiro). A sedação e a monitorização dos sinais vitais durante o procedimento é realizada por um médico anestesiologista (anestesia geral somente se necessário). É introduzido pela artéria femoral (localizada na virilha) um cateter dentro do sistema arterial. Este cateter é introduzido até alcançar a carótida obstruída. Inicialmente, um filtro de proteção cerebral é posicionado na carótida acima do local do estreitamento para proteger a circulação intracraniana, em seguida um stent autoexpansível é liberado no local do estreitamento da carótida para uma dilatação suave e um pequeno balão de angioplastia complementa a dilatação. Após injeções de contraste de controle final, o filtro de proteção cerebral é retirado. O cateter é removido e é posicionado um curativo compressivo na região da punção arterial (virilha) que normalmente é retirado no dia seguinte, este curativo deve ter pressão para não causar sangramentos no local da punção. O paciente é então acordado e encaminhado para repouso e observação na Unidade de Terapia Intensiva. Usualmente, o paciente pode retornar às suas atividades habituais poucos dias após o procedimento.