Embolização de mioma uterino

A embolização é uma técnica de radiologia intervencionista que se aplica clinicamente há mais de 30 anos. Basicamente, consiste na obstrução intencional de um vaso em uma determinada região anatômica para impedir que continue passando sangue neste local. Para isto, cateter é introduzido dentro do sistema vascular, geralmente na artéria femoral (próximo a virilha da paciente) e, mediante orientação de um aparelho computadorizado que emite raios “X”, permitindo ao médico enxergar através da pele, o cateter é conduzido até o local onde se deseja interromper o fluxo sanguíneo, o que se consegue com a injeção de diferentes tipos de material apropriado como partículas, fluídos, balões, espirais metálicas e outros.

Toda mulher que tem mioma no útero e apresenta sintomas desconfortáveis é potencialmente candidata a fazer uma embolização, independentemente da quantidade, tamanho e/ou localização dos nódulos de mioma. Raramente existem situações desfavoráveis que não possam ser tratadas com a embolização uterina. Algumas mulheres requerem uma abordagem apropriada e por isso costumamos dividir as pacientes em quatro grupos:

  1. pacientes que se encontram próximas da menopausa
  2. pacientes que já foram submetidas à miomectomia e voltaram a apresentar sintomas
  3. pacientes com desejo de manter a fertilidade
  4. pacientes que já entraram na menopausa e usam tratamento de reposição hormonal

É importante mencionar que, mesmo que a embolização não produza os resultados desejados, esta raramente inviabilizará ou provocará qualquer complicação que por ventura possa comprometer a realização do tratamento cirúrgico convencional caso este seja necessário. É por isso que a embolização uterina deve ser sempre considerada como a ferramenta terapêutica inicial para os miomas de útero.

A embolização uterina é uma cirurgia minimamente invasiva e, portanto, menos traumática que a cirurgia convencional. Requer somente uma pequena incisão na pele feita com anestesia local. Após injetar um anestésico, o cirurgião faz uma incisão de aproximadamente 2 milímetros na pele da virilha, por onde introduz um cateter na artéria que passa por debaixo da pele. Assim, o cateter é conduzido pelas artérias até alcançar as artérias uterinas que levam sangue para o útero e os miomas. Nesta posição são injetadas partículas plásticas por dentro do cateter até entupir as artérias e comprovar que o mioma não recebe mais sangue.Quando o procedimento termina, simplesmente se retira o cateter e comprime-se o furinho na virilha com a mão.

Não é necessário dar pontos e, portanto, o procedimento não deixa qualquer cicatriz. Uma vez realizado o curativo na virilha, a paciente permanece por aproximadamente duas horas na sala de recuperação e posteriormente volta para o apartamento.

Por ser um procedimento novo, a embolização uterina não foi ainda apropriadamente codificada na tabela de honorários médicos da Associação Médica Brasileira (AMB). Entretanto, como ocorre com outros procedimentos, utiliza-se o critério de similaridades para codificar este método. Desta forma, a maioria dos convênios e seguros de saúde deve outorgar cobertura para este tratamento, assim como o fazem com outros similares.

Vantagens

A embolização uterina geralmente demanda um único dia de hospitalização ou, inclusive, pode até ser realizada de forma ambulatorial. A recuperação é muito rápida e possibilita que as mulheres retornem para as suas atividades apenas três ou quatro dias após a cirurgia.

A embolização não é um procedimento caro, principalmente porque não necessita de um período longo de internação, e também não utiliza muitos recursos hospitalares. As mulheres retornam aos seus lares após passarem um dia no hospital e, em geral, retomam rapidamente as suas atividades normais.